XLI



Deito e penso se ainda tem solução...
Será que dá pra resolver esse caso
Já tão complicado
Que é meu coração?

Ah ele, já tão treinado.
Aprendeu a bater desconfiado
Depois de teus beijos
Puros e molhados de tanto desejo.

Ah ele, já mal acostumado.
Cheio da tua atenção
Que quando te preocupa me gera até culpa
Por meus dengos em vão.

Assim no mistério do meu próprio pensamento,
Procuro algo que, por sinal esquisito
são os meus próprios motivos
De não te querer.

Mas por que me confundo?
Será que o mundo tem haver com isso?

Será que me importo com o que vão pensar?
Por quanto tempo me deixei levar?
Sofrendo errado, no meu próprio pecado
Que foi não te amar!

Ah, sua boca...
É protagonista de uma bela obra,
Da qual persisto e insisto
Não me canso, assisto, assisto e assisto!
Essa obra, já tão renomada
Hoje é denominada o "Seu Sorriso".

Ah, seu olhar...
Tão fundo e tagarela
Me diz tudo de forma singela
Difícil é não decifrar
Mas neles eu me perco, vou fundo até demais
me sentindo tão eficaz pra te decifrar.

Esse foi meu erro, não te decifrar,
Mas, te resumir.
Sem querer admitir
Que eu estava errado.

Devia ter aproveitado o seu sorriso
E não curar os motivos que te faziam chorar.

Devia apertar sua mão
Te dizendo sim e não
Quando precisar.

Te abraçar mais,
a todo instante
E te mostrar o quão importante
é você estar lá.

Ter te dado por dia, mais de mil beijos,
Pra te mostrar sem pudor
O quanto é bom sentir seu sabor.

Devia ter chorado mais contigo
E mostrar que não tem perigo
Todo motivo que te faz lagrimar.

Devia ter te levado sempre comigo.
Mostrar pro mundo que melhores amigos,
Podem sim, se amar.

Te deixado dançar mais,
O quanto fosse capaz
Sensual, bela, do jeito que só você faz!

Ouvir você conversando comigo
Assuntos todos sortidos
que nem entendo mais.

Dar amor a quem tu amas
e por mais que insana
Seja tua forma de amar.

O devia que uso, já é vago pra mim.
E o que foi que passou
não se chama fim.

O meu "achar" que não te dei,
Esse já não posso mesmo lhe dar.
Mas, o tempo ensina,
Que é tempo de se reinventar.

Me dá teu novo jeito
Me dá teus planos,
suas propostas.
Que eu te dou o frio na barriga
Daquele jeito que eu sei que tu gostas.

Não decida nada
Pois tu és mulher formada
E não deve nada a ninguém.

Me dá apenas, a parte que é minha
Aquela, nas entrelinhas
Que o mundo insiste em recusar.

Me dá aquela parte louca,
Que rir de tudo, chora e tem defeito.
Com vontades estranhas
e cheia de manhas,
Que eu te mostro um bom jeito.

Ouvi dizer uma vez, que nada é pra já
que o amor não tem pressa
que o amor sabe esperar.

"Que nada é pra já.
Amores serão sempre amáveis,
Futuros amantes. Quiçá,
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você".

Ao fim, lhe peço baixinho
Que guarde com carinho
Minha forma de te Amar.





Luan Marcondes

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